13 de jun. de 2009

Por que envelhecemos?



VOCÊ talvez já tenha imaginado que todas as criaturas vivas inevitavelmente se desgastam. Carros e eletrodomésticos de uso diário uma hora param de funcionar. Seria fácil concluir que o mesmo ocorre com os animais e que, por isso, eles envelhecem e morrem. Mas o professor de zoologia Steven Austad explica: "Os organismos vivos são muito diferentes das máquinas. Sua característica distintiva mais básica talvez seja a capacidade de se renovar."
A maneira como seu corpo se regenera após um ferimento é maravilhosa, mas a renovação contínua que ele faz, em alguns aspectos, é ainda mais surpreendente. Por exemplo, considere os seus ossos. "Aparentemente inerte quando visto de fora, o osso é um tecido vivo, em constante autodestruição e auto-reconstrução ao longo da vida adulta", explica a revista Scientific American. "Essa remodelação repõe essencialmente todo o esqueleto a cada dez anos." Outras partes do seu corpo são renovadas com mais freqüência. Certas células da pele, do fígado e dos intestinos talvez sejam substituídas quase que diariamente. Seu corpo produz cerca de 25 milhões de novas células por segundo. Se isso não ocorresse e se todas as partes de seu corpo não fossem constantemente consertadas ou substituídas, você envelheceria durante a infância.
O fato de não nos desgastarmos pareceu ainda mais surpreendente quando os biólogos começaram a estudar as moléculas que existem dentro das células. À medida que suas células são substituídas, cada célula nova precisa ter uma cópia do seu DNA, a molécula que contém grande parte das informações necessárias para reproduzir seu corpo. Imagine quantas vezes o DNA já foi copiado, não apenas nas células do seu corpo durante a sua vida, mas desde que a vida humana começou. Para entender como isso é espantoso, pense no que aconteceria se você fotocopiasse um documento e usasse a cópia para fazer outra cópia. À medida que repetisse o processo, a qualidade dos documentos iria cair e, por fim, eles ficariam ilegíveis. Felizmente, ao passo que nossas células se dividem muitas vezes, a qualidade do DNA não cai nem se deteriora. Por quê? Porque nossas células têm muitos mecanismos para corrigir os erros nas cópias de DNA. Se isso não ocorresse, a humanidade há muito tempo teria se tornado um monte de pó.
Visto que todas as partes do nosso corpo — das estruturas maiores até às minúsculas moléculas — são substituídas ou consertadas de modo constante, a teoria do desgaste celular não explica completamente o envelhecimento. Os vários sistemas do corpo se renovam ou são substituídos durante décadas, cada um de um modo e ritmo diferentes. Então, por que todos eles param de fazer isso quase ao mesmo tempo.
Por que um gato vive 20 anos enquanto um gambá de tamanho similar vive apenas 3 anos? Por que um morcego consegue viver 20 ou 30 anos, mas um camundongo somente 3 anos? Por que uma tartaruga-gigante chega a 150 anos, e um elefante a apenas 70 anos? Fatores como alimentação, peso corporal, tamanho do cérebro ou velocidade do metabolismo não explicam essa diversidade nas expectativas de vida. A Encyclopædia Britannica diz: "Dentro do código genético, existem instruções que determinam a idade além da qual uma espécie não pode viver." A expectativa máxima de vida está escrita nos genes. Mas o que faz com que todas as funções do corpo comecem a parar à medida que se chega ao fim da expectativa de vida de cada espécie?
O biólogo molecular Dr. John Medina escreve: "Parece haver sinais misteriosos que simplesmente aparecem em determinada época e mandam as células parar de realizar suas funções adultas normais." Ele acrescenta: "Existem genes que podem ordenar que células, e até organismos inteiros, envelheçam e morram."
Nosso corpo pode ser comparado a uma empresa que há décadas é bem-sucedida nos negócios. De repente, os diretores param de contratar e treinar novos empregados, param de consertar e substituir as máquinas e param de fazer manutenção e reforma nos prédios. Logo a empresa começa a se deteriorar. Mas por que todos os diretores resolveram mudar seu plano de ação tão bem-sucedido? De certo modo, é essa pergunta que desafia os biólogos que estudam o envelhecimento. O livro The Clock of Ages (O Relógio do Envelhecimento) diz: "Na pesquisa sobre o envelhecimento, um dos grandes mistérios é tentar entender por que as células param de se dividir e começam a morrer."
O envelhecimento tem sido encarado como "o mais complexo de todos os problemas biológicos". Após anos de esforços, a ciência não descobriu a causa do envelhecimento, muito menos encontrou a cura. Em 2004, a revista Scientific American publicou um alerta de 51 cientistas que estudam o envelhecimento, dizendo: ‘Nenhuma intervenção que exista atualmente no mercado — nenhuma — se mostrou capaz de retardar, deter ou reverter o envelhecimento.’ Embora alimentação equilibrada e exercícios possam melhorar sua saúde e diminuir os riscos de morte prematura por causa de doenças, nada se provou capaz de retardar o envelhecimento.
Resumindo o progresso na busca de uma cura para o envelhecimento, o Dr. Medina escreve: "Para começar, nem sabemos por que envelhecemos. . . . Após declarar guerra ao câncer décadas atrás, ainda não encontramos a cura. E o processo de envelhecimento é infinitamente mais complicado do que os mecanismos que estão por trás do câncer.
As pesquisas sobre como as criaturas vivas funcionam e por que envelhecem não acabaram com toda a esperança de vivermos mais tempo. Alguns descobriram que sua pesquisa levou-os inevitavelmente a uma conclusão que é muito importante para entender o envelhecimento. O bioquímico Michael Behe escreve: "Nas últimas quatro décadas, a bioquímica moderna desvendou os segredos da célula. . . . O resultado desse esforço cumulativo para investigar a célula — pesquisar a vida no nível molecular — é um alto, claro e agudo grito: ‘planejamento!’" Alguém inteligente projetou as criaturas vivas. É claro que esse bioquímico não é o primeiro a chegar a essa conclusão.

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