30 de mar. de 2009

Abelha versus computador

ATÉ onde vai a inteligência da abelha-de-mel? Evidentemente bem mais longe do que os mais poderosos supercomputadores de hoje. E é uma maravilha de miniaturização.
Um dos computadores mais poderosos do mundo pode alcançar a surpreendente velocidade de processamento de 16 gigaflops. Em linguagem de leigos, esse computador pode realizar, por segundo, 16 bilhões de operações simples de aritmética, como somar dois números. Em contraste com isso, um cálculo conservador de todas as reações elétricas e químicas que ocorrem no cérebro da abelha mostra que a abelha-de-mel, essa criaturinha despretensiosa, realiza o equivalente a dez trilhões de operações por segundo. Incrível!
A abelha faz tudo isso consumindo bem menos energia que um computador. Segundo a revista Byte, "o cérebro da abelha-de-mel dissipa menos de 10 microwatts. . . . É superior ao mais eficiente dos computadores fabricados hoje em dia em cerca de sete ordens de grandeza". Assim, mais de dez milhões de cérebros de abelha-de-mel podem funcionar com a energia necessária para acender uma única lâmpada elétrica de 100 watts. O mais eficiente dos computadores de hoje usa centenas de milhões de vezes mais energia para realizar um número equivalente de operações.
No entanto, as abelhas-de-mel fazem muito mais do que os computadores. Elas vêem em cores, sentem cheiro, voam, andam e mantêm o equilíbrio. Podem voar longas distâncias para localizar fontes de néctar e então retornar à colméia e transmitir orientações de rumo às outras abelhas. São também químicas muito competentes. Acrescentam enzimas especiais ao néctar para fazer mel. Fabricam cera para construir e reparar as colméias. Preparam alimentos especiais, como a geléia real e uma mistura de pólen e mel, para as crias. Protegem a colméia, reconhecendo e repelindo intrusos.
Boas zeladoras, elas estão sempre removendo da colméia o lixo e outros refugos. Controlam o clima na colméia, apinhando-se para produzir calor, no inverno, ou lançando ar fresco lá dentro e respingando água, no verão. Quando a colméia fica superpovoada, as abelhas são suficientemente inteligentes para saber que algumas têm de partir. Assim, elas escolhem uma nova rainha para a antiga colméia, e a velha rainha e muitas operárias se agrupam num enxame para constituir uma nova colônia. Primeiro, porém, enviam-se operárias para inspecionar novos locais. Depois que elas retornam e, por assim dizer, passam as informações, abelhas que conhecem a localização da colméia conduzem o enxame para o novo lar.
As despretensiosas abelhas fazem tudo isso sem nenhuma assistência nem orientação externa. Atuam sem depender de ninguém. Mas os supercomputadores requerem equipes de programadores, engenheiros e técnicos. Não há termos de comparação! As abelhas são mesmo uma maravilha de miniaturização.

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